Energia renovável no país: desafios e oportunidade

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Imagem: Canva

A energia renovável é aquela que é obtida de fontes naturais que se regeneram continuamente, como o sol, o vento, a água e a biomassa. Essas fontes de energia são consideradas limpas, pois não emitem gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento global. 

Além disso, a energia renovável pode reduzir a dependência de combustíveis fósseis, que são finitos e sujeitos a flutuações de preço e oferta.

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O Brasil é um país privilegiado em termos de recursos naturais para a geração de energia renovável. Segundo o Plano Nacional de Energia 2050, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil tem um potencial técnico de geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis de cerca de 1.300 GW, sendo 440 GW de hidrelétricas, 350 GW de eólicas, 280 GW de solar fotovoltaica, 150 GW de biomassa e 80 GW de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

Atualmente, o Brasil já possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com uma participação de 85% de fontes renováveis na geração de eletricidade, sendo 71% provenientes de hidrelétricas. 

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No entanto, a expansão das hidrelétricas enfrenta cada vez mais custos e restrições ambientais, sociais e regulatórias. Por isso, é importante diversificar a matriz energética nacional com outras fontes renováveis, como a eólica, a solar e a biomassa.

Oportunidades da energia renovável

O Brasil tem muitas oportunidades para aproveitar o potencial das energias renováveis, tanto para atender à demanda interna quanto para se inserir no mercado internacional. Algumas dessas oportunidades são:

  • Aumento da demanda por energia elétrica: segundo o Plano Nacional de Energia 2050, a demanda por energia elétrica no Brasil deve crescer cerca de 2% ao ano até 2050, passando de 483 TWh em 2017 para 1.350 TWh em 2050. 
  • Redução do custo das tecnologias: as tecnologias de geração renovável têm apresentado uma redução significativa do custo nos últimos anos, graças aos avanços técnicos e à escala de produção. Segundo a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), o custo nivelado da energia (LCOE) da solar fotovoltaica caiu 77% entre 2010 e 2018, enquanto o da eólica terrestre caiu 35%. 
  • Aproveitamento da complementaridade das fontes: as fontes renováveis têm características distintas que podem se complementar na matriz energética. Por exemplo, a geração hidrelétrica é mais intensa no período chuvoso, enquanto a geração eólica é mais forte no período seco. 
  • Criação de empregos e desenvolvimento regional: as energias renováveis podem gerar empregos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva, desde a fabricação dos equipamentos até a operação e manutenção dos projetos. 
  • Contribuição para as metas climáticas: o Brasil se comprometeu, no âmbito do Acordo de Paris, a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, em relação aos níveis de 2005. Para isso, o país estabeleceu como meta aumentar a participação de energias renováveis (excluindo hidrelétricas) na matriz elétrica para 23% até 2030. 

Desafios

Apesar das oportunidades, o Brasil também enfrenta diversos desafios para ampliar a participação das energias renováveis na matriz energética. Alguns desses desafios são:

  • Barreiras regulatórias e tributárias: o Brasil possui um arcabouço regulatório e tributário complexo e instável, que pode afetar a atratividade e a viabilidade dos projetos de geração renovável. Por exemplo, há diferentes regimes de tributação sobre a energia elétrica, que variam conforme o tipo de fonte. O porte do projeto, o segmento de mercado e a localização geográfica. 
  • Dificuldades de financiamento: o financiamento dos projetos de geração renovável depende em grande parte dos recursos. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que oferece condições favoráveis de prazo, taxa de juros e participação. No entanto, o BNDES tem enfrentado limitações orçamentárias e operacionais nos últimos anos, o que pode restringir a disponibilidade de crédito para o setor. 
  • Integração ao sistema elétrico: as fontes renováveis são intermitentes e variáveis, ou seja, dependem das condições climáticas para gerar energia. Isso pode trazer desafios para a operação e o planejamento do sistema elétrico, que precisa garantir o equilíbrio entre oferta e demanda em tempo real. 
  • Capacitação técnica e institucional: às fontes renováveis requerem conhecimento técnico específico para o seu desenvolvimento, implantação e gestão. Isso implica em capacitar os profissionais do setor elétrico, desde os engenheiros e técnicos até os gestores e reguladores. 

A energia renovável é uma alternativa estratégica para o Brasil, que pode trazer benefícios econômicos, sociais e ambientais. No entanto, para aproveitar todo o seu potencial, é preciso superar os desafios existentes e criar um ambiente favorável ao seu desenvolvimento. 

Isso envolve aprimorar o marco regulatório e tributário, ampliar as fontes de financiamento, integrar as fontes renováveis ao sistema elétrico e capacitar os agentes do setor. Portanto, com essas medidas, o Brasil pode se tornar um líder mundial na transição energética para um futuro mais limpo e sustentável.

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